O cinema de animação chinesa tem se destacado nos últimos anos com produções de alta qualidade técnica e grande apelo poético. O Peixe Grande & Begônia é um exemplo ainda mais especial dessa tendência, não apenas por conta de sua técnica de animação em 2D que mescla elementos tradicionais e digitais, mas também pela sua narrativa singular que transmite valores da cultura chinesa através de uma fábula cativante.

Com sua origem em antigos mitos chineses, a história de O Peixe Grande & Begônia segue a jornada de Chun, uma garota que vive em um misterioso mundo subaquático habitado por seres sobrenaturais. Quando ela troca de lugar com um humano moribundo em uma tentativa de salvá-lo, ela precisa encarar as consequências de suas escolhas, encontrar um caminho para voltar para casa e aprender a compartilhar sentimentos que ela nunca havia sentido antes.

Embora a trama pareça simples à primeira vista, O Peixe Grande & Begônia é um trabalho muito mais complexo do que aparenta. Com referências sutis à mitologia chinesa em cada aspecto do filme, desde a trilha sonora até a elaboração dos cenários, a produção é uma meditação sobre a relação entre o ser humano e o mundo natural, a importância do equilíbrio entre os sentimentos e o poder dos símbolos na construção de identidades pessoais.

É a partir desses temas que Meu monstro favorito se desenvolve, explorando a maneira como O Peixe Grande & Begônia emprega sua estética fantástica para criar alegorias sobre a dinâmica entre indivíduos e sociedade. Com exemplos retirados diretamente do filme, a análise aborda questões sobre individualismo, amor, saudade, morte e outras mais profundas que são ilustradas pelos personagens e suas trajetórias emocionais.

Por fim, Meu monstro favorito é uma ode ao cinema de animação e às produções que utilizam sua técnica para construir universos imaginários ricos em significados e ressonâncias. Com consciência crítica e afeto estético, essa reflexão sobre O Peixe Grande & Begônia revela como a arte pode nos ensinar sobre nós mesmos e sobre os outros, e como os monstros de fantasia podem ser não apenas assustadores, mas também uma forma de expressão singular da complexidade humana.